Leia esse texto para entender o dízimo!!!!!!

Não tire conclusões precipitadas antes de ler o texto todo.

O dízimo deve ser desmistificado; a melhor maneira de fazer isso é entender o ensino do Novo Testamento sobre esse assunto. Aliás, os evangelhos, o livro de atos, as cartas, e o apocalipse, nada ensinam sobre a prática do dízimo para a Igreja. Aprendemos que devemos ser generosos com os necessitados e também contribuir financeiramente com aqueles que vivem do evangelho. Mas tudo isso deve ser feito de forma voluntária e espontânea, não como uma obrigação imposta pela igreja.

O dízimo era dado voluntariamente pelos patriarcas 400 anos antes da lei mosaica. Deus estabeleceu o dízimo para sustento da ordem levítica, dos sacerdotes, do templo, e auxílio aos pobres. Isso era feito com dinheiro, mas também com alimentos, animais e o produto do campo. Após o cativeiro na Babilônia o povo voltou para reconstruir os muros de Jerusalém e o templo. Quando Malaquias diz: “Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa”, ele estava cobrando uma obrigação de todo judeu para a manutenção do Templo-Estado, visto que em Israel política e espiritualidade eram integradas.

É verdade que apenas a igreja pode administrar meu dízimo? Não. O crente não tem obrigação de dar o dízimo na igreja (templo). Dizer que sim é no mínimo tentar fazer dos templos evangélicos réplicas do “Templo de Jerusalém” (Ml 3.10). A Igreja não é a detentora fiscal de Deus como se fosse o “Banco do Dinheiro de Deus”. O dízimo é de Deus, não da igreja, e você mesmo pode aplicar o seu dinheiro de modo consciente ajudando quem precisar de sua ajuda. “Quem se compadece do pobre ao SENHOR empresta, e este lhe paga o seu benefício” (Pv 19.17). O dízimo (10%) de sua renda, não é uma porcentagem sagrada e legal; você pode usar o valor que quiser e puder, “conforme a sua prosperidade” (1Co 16.2).

O que significa Corbã? Transliteração de uma palavra hebraica que significa “oferta”. Quando os filhos queriam fugir do dever de sustentar seus pais usavam essa palavra num voto religioso dedicando seus bens a Deus (ao templo). Os líderes ensinavam que esse voto era irrevogável, mesmo feito de modo precipitado. Jesus combateu isso dizendo tratar-se de doutrina e preceito de homens. Eles estavam negligenciando o mandamento de Deus de honrar pai e mãe para obedecer à tradição dos homens (Mc 7.6-13). Isso está acontecendo hoje com muitas variáveis. “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente” (1Tm 5.. Deixar de ajudar a quem quer que seja porque o dinheiro tem que ser para a igreja, é errado, mesmo que seja o dízimo.

Então é errado dar dinheiro para a igreja? Não. Quem tem um mínimo de bom senso sabe que um templo tem despesas de manutenção e deve ser mantido pelos participantes. Errado é fazer o papel de sacerdotes-fiscais de Deus chamando de ladrão e amaldiçoado quem não “paga” o dízimo, como se fosse uma dívida compulsória. Você pode contribuir com a igreja, mas não aceite ser coagido a isso, nem o faça por obrigação ou medo de castigo. A contribuição é voluntária e o valor não é decidido por quem recebe, e sim por quem dá de acordo com o que cada um tem (2Co 8.12-15). Você deve saber para o que está dando e se justifica continuar fazendo o que faz. Nosso dinheiro é de Deus e deve ser aplicado no que glorifica o seu nome e na divulgação do evangelho e não para manter estruturas que trazem glória aos homens.

Dar é bem mais que dar o dízimo? Sim. É um privilégio e uma expressão de culto a Deus e não uma obrigação calculada. “Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria” (2Co 9.7). “Mais bem-aventurado é dar que receber” (At 20.35). A viúva pobre deu duas pequenas moedas e deu mais que muitos ricos que deram grandes quantias (Mc 12.41-44). Zaqueu, um publicano rico deu aos pobres a metade dos seus bens (Lc 19.1-10), um rapaz deu sua única refeição (Jo 6.9), Dorcas confeccionou roupas para as viúvas pobres (At 9.36-39). Dar é uma expressão de amor, e sem amor, nada tem proveito (1Co 13.1-4). “A quem dá liberalmente, ainda se lhe acrescenta mais e mais; ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda. A alma generosa prosperará, e quem dá a beber será dessedentado” (Pv 11.24-25).

É correto sustentar pastor? Sim. A Bíblia diz: “Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho” (1Co 9.13-14). O próprio Jesus vivia de ofertas voluntárias (Lc 8.1-3). “Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito recolhermos de vós bens materiais?” (1Co 9.11). “Mas aquele que está sendo instruído na palavra faça participante de todas as coisas boas aquele que o instrui” (Gl 6.6). Veja também 1 Tm 5.17-18. Conheça bem o seu pastor, e então contribua com ele.

Se o dízimo deixar de ser lei na igreja, quem vai contribuir? Como pastor, constatei por muitos anos que os crentes são movidos por regras, ordens, leis, ameaças, e medo. Nas igrejas que pastoreei os dízimos eram regulares, mas as ofertas eram mínimas. Isso acontecia e acontece porque o dízimo é um mandamento, enquanto que a oferta é voluntária. Portanto, sem a lei do dízimo as igrejas entrariam em crise financeira, porque bem poucos contribuem por amor e gratidão a Deus. Por isso é que os pastores chamam os crentes de ladrões de Deus, condicionam a salvação eterna ao dinheiro, impedem que os não dizimistas ocupem qualquer função na igreja, impedem de participar da ceia do Senhor, e pior, excluem da congregação dos “santos”. Isso é uma vergonha, mas é assim que funciona.

Mateus 23.23 ensina que o dízimo é para a igreja? Não. Nesse texto Jesus repreende os escribas e fariseus hipócritas por desprezarem os preceitos mais importantes da Lei, mesmo sendo zelosos dizimistas. Isso mostra que a fidelidade ao dízimo pode ser feita sem amor a Deus e ao próximo, sem justiça, e sem fé. Naqueles dias o dízimo ainda era praticado visto estarem na transição do Antigo para o Novo Testamento. Exemplo disso é que Jesus curava leprosos e os enviava aos sacerdotes para que eles recebessem pela purificação o que Moisés tinha determinado (Mc 1.40-45; Lc 17.11-19). Jesus nasceu e viveu sob a Lei (Gl 4.4). Mas, com sua morte e ressurreição, tudo se cumpriu, e todo aquele sistema judaico caducou.

E o que dizer de Hebreus 7.4-12? O autor dessa carta escreveu para cristãos judeus que estavam voltando aos costumes antigos. O texto está falando de Melquisedeque como um tipo de Cristo e de sua superioridade ao sistema levítico. Ele recebeu dízimos de Abraão e por inferência de seus descendentes, mas não instituiu essa prática para a sua Igreja. Se o sacerdócio levítico baseado na lei tivesse sido perfeito, não havia necessidade de um sacerdote superior, segundo a ordem de Melquisedeque – Cristo. “Pois, quando se muda o sacerdócio, necessariamente há também mudança de lei”.

A igreja deve ser mantida por ofertas voluntárias e não por dízimos. A generosidade caracteriza aqueles que conhecem a graça de Deus que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou. A liberdade do Evangelho nos constrange a viver para Jesus e para o nosso próximo servindo por amor e não por intimidação ou barganha de qualquer natureza. A graça de dar é própria daqueles que receberam graça sobre graça em Cristo Jesus.

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