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Religião é usada para ficar acima de qualquer suspeita
Nos últimos meses, dezenas de Pastores e Padres foram presos no Brasil, acusados de crimes que vão de estelionato, charlatanismo, estupros, pedofilia e corrupção.
Nos últimos meses, dezenas de Pastores e Padres foram presos no Brasil, acusados de crimes que vão de estelionato, charlatanismo, estupros, pedofilia e corrupção.
Religião é usada para ficar acima de qualquer suspeita
Pastores e impostores são investigados e presos por crimes que vão de estelionato a estupro
Francisco Edson Alves
Rio - Lobos em pele de cordeiros. Recentes
prisões de pastores ou falsos líderes religiosos alertaram a polícia e
as congregações oficiais para criminosos que usam igrejas de diferentes
denominações como fachada para cometer crimes. Em sete meses, pelo menos
três homens foram presos, acusados de estupro, roubos, receptação e
estelionato, usando a Bíblia para acobertar ações no estado. Outros
suspeitos são investigados.
O delegado da 93ª DP (Volta Redonda), Antônio da Luz Furtado, diz já ter perdido a conta do número de pessoas que usam esse tipo de artifício. Recentemente, a polícia prendeu Edílson Ferreira de Sá, que comandava o rebanho de fiéis da Igreja Assembleia de Deus do Ministério Casa Família, em Volta Redonda, no Sul Fluminense.
A luz vermelha acendeu também entre teólogos e líderes de congregações tradicionais. A teóloga Rute Felipe da Silva, da Faculdade Batista do Rio de Janeiro (Fabat), defende a criação de um órgão regulador que, sem ferir a doutrina de cada religião, possa acompanhar a conduta dos pastores.
O caso de maior repercussão de pastores acusados de crimes é o de Marcos Pereira. Preso desde março de 2013 sob acusação de estupro, o pastor líder da igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias foi condenado a 15 anos de prisão pela 2ª Vara Criminal de São João de Meriti. Ele nega a acusação.
Procurar imediatamente uma delegacia, caso suspeite que um pastor cometa crimes. A polícia também deve ser procurada se o fiel desconfiar que se trata de um falso líder.
- Doação de bens
Não doar quantias em dinheiro ou bens que venham a fazer falta posteriormente.
- Promessas
Alertar para garantias de cura de doenças graves e reaproximação de casais em questão de horas, por exemplo.
- Crianças e idosos
Cuidados devem ser redobrados no contato com jovens e pessoas mais velhas, que são as principais vítimas.
- Exorcismo
Os fiéis também devem ficar atentos a quem garante que faz qualquer tipo de ‘milagre’ e que cobra para isso, como para a ‘expusão de demônios’.
- Feitiço
Acreditar que um obstáculo na vida é decorrente de um feitiço faz com que o inconsciente dê à pessoa uma resposta ‘simplista’ aos problemas reais, que devem ser corrigidos.
Fonte: http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2014-03-16/religiao-e-usada-para-ficar-acima-de-qualquer-suspeita.html
O delegado da 93ª DP (Volta Redonda), Antônio da Luz Furtado, diz já ter perdido a conta do número de pessoas que usam esse tipo de artifício. Recentemente, a polícia prendeu Edílson Ferreira de Sá, que comandava o rebanho de fiéis da Igreja Assembleia de Deus do Ministério Casa Família, em Volta Redonda, no Sul Fluminense.
No dia seguinte, fiéis acordaram
estarrecidos com a notícia: foram encontrados na casa do pastor
equipamentos avaliados em R$ 3 milhões, roubados de um estaleiro. O que
mais surpreendeu, no entanto, foi a constatação de que o ‘religioso’
tinha uma ficha criminal robusta: 14 passagens pela polícia por crimes
diversos, incluindo roubo, receptação e estelionato.
Com experiência na investigação de casos
semelhantes, o delegado Antônio Furtado está criando uma cartilha com
cuidados que as pessoas devem tomar para evitar cair na lábia de falsos
líderes religiosos. “Indivíduos inescrupulosos estudam oratória e até
psicologia para ganhar a confiança das vítimas e lesá-las”, ressalta o
policial.
As dicas do delegado poderiam ter
evitado, por exemplo, o abuso sexual de 14 meninas também em Volta
Redonda. Pelo crime, o pastor Reginaldo Sena dos Santos, de 59 anos,
conhecido como Ungido, e que estava fundando uma igreja no bairro
Retiro, foi condenado a 78 anos de prisão. Para agir, ele contava com a
‘missionária’ Maria de Fátima Costa da Silva, 58 anos, condenada a 16 de
cadeia.
No dia 7 de janeiro, o pastor
Salvador Moreira, 49, foi preso em São João da Barra, no litoral norte
fluminense, por estuprar sua enteada de 7 anos. Na casa dele foram
encontrados vídeos pornográficos. Em agosto de 2013, em Santa Cruz, na
Zona Oeste do Rio, outro pastor, de 33 anos, foi para atrás das grades
pelo estupro de uma criança de 12 anos na própria igreja. Em todos os
casos, os suspeitos negam os crimes.
Teóloga quer fiscalização
A luz vermelha acendeu também entre teólogos e líderes de congregações tradicionais. A teóloga Rute Felipe da Silva, da Faculdade Batista do Rio de Janeiro (Fabat), defende a criação de um órgão regulador que, sem ferir a doutrina de cada religião, possa acompanhar a conduta dos pastores.
“A missão de um bom pastor é
apascentar, levar a palavra de Deus aos fiéis, estar sempre junto deles,
nos momentos de alegria e tristeza. Por isso, quem pastoreia tem que
ter bons fundamentos e ser um exemplo. Nunca se envolver em escândalos e
crimes”, opina Rute.
Polêmico em suas posições, o pastor
Silas Malafaia, líder da Igreja Assembléia de Deus Vitória em Cristo,
vai mais longe. “Tem muito picareta espalhado por aí usando o nome de
Deus para cometer toda a sorte de crimes. A Polícia Federal tinha que
entrar nessa história e enquadrar todos os picaretas, vagabundos”,
disse. Já o pastor Marcos Gladstone, da Igreja Cristã Contemporânea,
defende que é dever das igrejas exigir que seus líderes tenham seriedade
na pregação do Evangelho e conduta idônea. “Até antecedentes criminais
de pastores deveriam ser pedidos”, diz.
Templo usado como ‘escritório’
O caso de maior repercussão de pastores acusados de crimes é o de Marcos Pereira. Preso desde março de 2013 sob acusação de estupro, o pastor líder da igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias foi condenado a 15 anos de prisão pela 2ª Vara Criminal de São João de Meriti. Ele nega a acusação.
Em 2012, outro escândalo: o pastor
Dijanio Diniz, da Igreja Pentecostal Deus é a Luz, na Zona Oeste do Rio
foi preso, acusado de ser o chefe de um bando que cometia crimes usando o
templo como escritório. Na ocasião, mais 10 pessoas foram detidas. Os
suspeitos respondem por crimes relativos a extorsões, ameaças, comércio
ilegal de combustíveis, agiotagem, exploração de transporte alternativo e
até caça-níqueis. Dijanio nega tudo.
Como se precaver
Com base em seu trabalho, o delegado
Antônio da Luz Furtado faz uma série de recomendações especialmente para
os novos convertidos:
- Informações
Pesquisar o histórico de vida do pastor e sua formação.
- Desconfiar
Questionar religiosos que se
apresentem com discursos envolventes, agindo como melhores amigos de
fiéis isoladamente. É preciso prestar atenção principalmente no caso de
nova igreja.
- Denunciar
Procurar imediatamente uma delegacia, caso suspeite que um pastor cometa crimes. A polícia também deve ser procurada se o fiel desconfiar que se trata de um falso líder.
- Doação de bens
Não doar quantias em dinheiro ou bens que venham a fazer falta posteriormente.
- Promessas
Alertar para garantias de cura de doenças graves e reaproximação de casais em questão de horas, por exemplo.
- Crianças e idosos
Cuidados devem ser redobrados no contato com jovens e pessoas mais velhas, que são as principais vítimas.
- Exorcismo
Os fiéis também devem ficar atentos a quem garante que faz qualquer tipo de ‘milagre’ e que cobra para isso, como para a ‘expusão de demônios’.
- Feitiço
Acreditar que um obstáculo na vida é decorrente de um feitiço faz com que o inconsciente dê à pessoa uma resposta ‘simplista’ aos problemas reais, que devem ser corrigidos.
Fonte: http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2014-03-16/religiao-e-usada-para-ficar-acima-de-qualquer-suspeita.html
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